Corpos da mãe que matou o filho e da criança são enterrados em Rolândia

A mãe matou o filho e deixou uma carta explicando os motivos. (Foto: Reprodução/RICTV)

A policial civil matou o filho de 4 anos com um tiro na cabeça na quinta (5) em Cambé; ela não concordava com a guarda assistida concedida ao ex-marido

Os corpos da mãe que matou o filho e da criança foram enterrados no Cemitério Municipal de Rolândia, no norte do Paraná, nesta segunda-feira (9) em uma cerimônia discreta apenas para familiares.

Mãe matou o filho com um tiro

A investigadora da Polícia Civil Dolores Mileide de Souza, de 35 anos, matou o filho de 4 anos com um tiro na cabeça e depois tirou a própria vida da mesma forma na quinta-feira (5) em Cambé, também no norte do estado. Porém, os corpos só foram encontrados dentro do apartamento onde os dois moravam na sexta-feira (6). Segundo a perícia realizada pela Polícia Científica, o crime foi praticado com a sua arma de trabalho, uma pistola .40.  

 

Motivações para matar o filho

Em uma carta escrita e deixada pela policial na cena do crime, ela fala sobre os motivos que a teriam levado a praticar a atitude extrema. Dolores escreve sobre um suposto abuso sexual cometido pelo ex-marido contra o filho pequeno e sobre sua revolta com a Justiça, que apesar da denúncia autorizou o pai a visitar o menino uma vez por semana.

A carta foi encontrada junto com as vítimas. (Foto: Colaboração)  

A visita seria assistida, ou seja, sempre acompanhada por psicólogos ou assistentes sociais. A policial ainda tentou recorrer, mas teve o recurso negado na quarta-feira (4), um dia antes de tomar a decisão de matar o próprio filho.

A situação foi recebida com surpresa pela Polícia Civil de Apucarana, no norte do Paraná, onde a mulher trabalhava há cinco anos.  De acordo com o delegado José Jacovós, a investigadora nunca apresentou sinais do que estava passando. “Uma profissional exemplar, cumpridora de suas obrigações. Nós tínhamos ela com excepcional policial, ela estava presente sempre. Era uma policial que se relacionava com todos os demais policiais e não apresentava no dia a dia de trabalho nenhuma situação que pudesse levar à conclusão de que ela estava passando por um período emocional assim difícil”, conta Jacovós.

Leia também: Policial Militar é suspeito de matar filho de oito meses degolado

Abuso sexual da criança

A denúncia dos abusos sexuais chegou a Delegacia de Cambé há cerca de um ano. Na ocasião, foi aberto um inquérito para apurar a situação. De lá para cá, o delegado responsável pelas investigações ouviu parentes e amigos da família e também recebeu alguns laudos apresentados por Dolores. No entanto, nenhum indício ou elemento comprovou a situação. Em um dos exames apresentados, o médico pediatra não confirma que o menino tenha sido violentado. Já um psicólogo particular aponta que a criança passou por problemas, mas a polícia esperava por um novo atendimento em uma Unidade de Saúde Pública para contrapor os resultados. A outro filha do acusado, que segundo a denúncia, também teria sido abusada, foi ouvida, mas desmentiu os estupros.

O delegado não descarta coletar novos depoimentos, apesar de garantir que já tem elementos suficientes para concluir o inquérito. “Nós não encontramos indícios fortes, caso contrário, teríamos pedido a prisão do rapaz há bastante tempo. Mas é uma situação que ainda está tramitando, uma investigação que ainda não se encerrou”, afirma o delegado Roberto Fernandes.

Para o delegado Fernandes, a tragédia foi o resultado de um relacionamento conturbado entre a policial e o ex-marido, que inclusive já esteve preso por não pagar pensão alimentícia ao filho. “Esse casal infelizmente brigava muito, foram várias separações, idas e vindas. As informações que nós temos é que ela não se conformava muito com a separação”, conta Fernandes.

Assista à reportagem completa sobre a mãe que matou o filho:

O Cidade Alerta Londrina foi até onde tudo aconteceu para saber todos os detalhes.

*Com informações de Guilherme Batista, repórter da RICTV Londrina   

9 jul 2018, às 00h00.

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