Na contabilidade da propina, partidos políticos eram times de futebol
Partidos políticos e cada cargo disputado nas eleições recebia um apelido na contabilidade das propinas da Odebrecht
O executivo Luiz Eduardo Rocha Soares, um dos delatores da Odebrecht, entregou à Operação Lava Jato uma tabela com os codinomes dos partidos políticos. O delator relatou que deu “apoio” a Benedicto Júnior, o BJ, da Odebrecht Infraestrutura, nas eleições de 2006, 2010 e 2012. O PT era Flamengo e o PSDB, Corinthians. O PSB era o Internacional.
“Posso dizer que o financiamento ilegal funcionava da seguinte forma: a cada eleição se definia como seria operado o caixa, tanto para doações legais, como ilegais, atribuindo apelidos para cada cargo a ser disputado, por exemplo, em eleições para presidente (general), governador (capitão), senador (tenente), deputado federal (sargento), deputado estadual (cabo). Em outra eleição, me recordo, foram atribuídas posições de jogadores de futebol para cada cargo a ser disputado, como centroavante, meia ponta esquerda, goleiro, etc. O nome dos políticos beneficiados também era substituído por apelidos”, detalhou o delator Luiz Eduardo Rocha Soares em anexo de sua delação enviado à Procuradoria-Geral da República.
Veja a tabela com os times e partidos:
Sport – PSB
Flamengo – PT
Corinthians – PSDB
Cruzeiro – PP
Vasco – PTB
Palmeiras – PPS
São Paulo – PR
Fluminense – DEM
Atlético Mineiro – PSOL
Bahia – PCdoB
Náutico – PSC
Botafogo – PSD
Santos – PRB
Grêmio – PDT
Internacional – PMDB
Santa Cruz – PROS
Coritiba – PV
Remo – REDE