Alunos sem sala de aula são obrigados a estudar debaixo das árvores

As crianças se dividem entre o saguão e o pátio da escola para assistir as aulas. (Foto: Reprodução/RICTV)

O Colégio Estadual São Salvador fica em um distrito de Cascavel, no oeste do Paraná

*Com informações de Rebeca Branco, repórter da RICTV Oeste

Alunos do Colégio Estadual São Salvador, localizado no distrito São Salvador da cidade de Cascavel, oeste do Paraná, estão sofrendo com a falta de espaços adequados logo no início do ano letivo. Por falta de salas de aula suficientes, as crianças de 10 e 11 anos são obrigadas a estudar debaixo de árvores e no saguão da instituição de ensino.

O colégio divide espaço com a escola municipal. São pouco mais de 200 alunos, mas em 2018 o uso das salas chegou ao limite. As crianças que estudam no 6º ano não tiveram outra opção a não ser começar o ano letivo assistindo as aulas nos espaços disponíveis.

Sem quadros negros os professores e a direção improvisam como podem, mas o sentimento de frustração e impotência é geral. “Eu sei que um aluno dentro da sala, principalmente dessa idade, se dispersa  com extrema facilidade. Fora da sala o que acontece? Choveu, precisa sair do lugar que está. Precisa lavar o saguão, é necessário sair do lugar que está. Passa um caminhão na rua, todo mundo olha. Passa uma colheitadeira, a aula para. Não tem concentração possível!”, desabafa uma professora.

As crianças também estudam no saguão. (Foto: Reprodução/RICTV)

De acordo as representantes da instituição, a administração municipal e estadual já foram procuradas inúmeras vezes e estão a par da situação. No entanto, nenhum solução é dada e elas ouvem como resposta apenas desculpas. “Não tem verba. Quando tem verba não tem engenheiro. Quando tem engenheiro não tem documentação. Um empurra para o município, o município empurra para o estado e a gente continua sem sala de aula”, disse uma das diretoras.

Já foi sugerido que os alunos ocupassem o salão comunitário do distrito enquanto uma sala de aula não é construída. O que foi reprovado pelos pais e professores. De acordo com eles, o local é usado para reuniões, festas, bailes e velórios. O que iria afetar o cronograma das aulas.  

Quem pensa que a situação incomoda apenas os adultos, está enganado. “É muito difícil. Quando chove mesmo vem vento com a chuva. É muito ruim”, conta a pequena Maria Eduarda que sempre gostou de estudar.

“Meu sonho é ter mais salas confortáveis para todo mundo poder estudar”, completa a menina.

Maria Eduarda fala com a RICTV. (Foto: Reprodução/RICTV)

Assista à reportagem de Rebeca Branco:

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21 fev 2018, às 00h00.
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