PMs são presos por participação em chacinas e extorsão de traficantes em Curitiba

Uma operação da Polícia Civil prendeu na manhã deste sábado (20) três policiais militares acusados de integrar um grupo de extermínio em Curitiba. Outros dois policiais, sendo um sargento da corporação, estão foragidos. Segundo investigações da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os PMs são suspeitos de participação em dois homicídios e duas chacinas ocorridas nos últimos meses na capital. Todos os envolvidos atuavam no 13º Batalhão da Polícia Militar, na região sul da capital.

Um dos suspeitos detidos na operação deste sábado (20) já havia sido preso anteriormente pela participação em uma chacina ocorrida no bairro Sítio Cercado, onde foram mortos um homem, dois adolescentes e uma mulher grávida de seis meses. Ele respondia ao processo em liberdade.

Confira a reportagem do programa Balanço Geral sobre a prisão dos policiais suspeitos de participação em chacinas em Curitiba:

Os crimes

A primeira morte atribuída aos policiais ocorreu no dia 28 de janeiro. A vítima, Anderson Marques Colaço, 34 anos, foi executada na Rua João Antonio Culpi, em um local conhecido como Beco da Pluma, no bairro Pinheirinho. Já no dia 31 de maio, uma chacina deixou cinco pessoas mortas no bairro Xaxim, sendo quatro homens e uma mulher. O último crime teria ocorrido no dia 12 de junho, quando o corpo de Tiago Rocha, de 25 anos, foi encontrado no Alto Boqueirão. Os policiais também são acusados de cobrar propina de traficantes.

De acordo com exames do Instituto de Criminalística, algumas das mortes teriam sido causadas por tiros de uma mesma pistola, calibre 380. As investigações prosseguem para apurar a participação de outros envolvidos nos crimes.

“Foi uma operação muito parecida com a força-tarefa entre Secretaria da Segurança Pública e Grupo de Atuação de Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrada também nesta semana. A prioridade é limpar a polícia para que os bons policiais, que são a maioria, voltem a trabalhar de forma muito tranquila”, afirmou o novo secretário da Segurança Pública, Fernando Francischini.

Em nota, o Comando-Geral da Polícia Militar do Paraná informou que as prisões temporárias tiveram a contribuição ativa da corporação, no que diz respeito ao fornecimento de informações e apoio nas próprias prisões. As prisões são temporárias, as investigações continuam com a Polícia Civil e os policiais militares ficam à disposição da justiça.

“A corporação já tinha conhecimento das investigações e contribuiu do começo ao fim, tendo em vista que não compactuamos com desvios de conduta da nossa tropa”, afirma o Coronel Nerino Mariano de Brito, Subcomandante-Geral da Polícia Militar. O Comando lembra ainda que a partir do momento que um policial é preso, automaticamente, após recebimento de documentos necessários, ele é alvo de procedimento interno na corporação.

20 dez 2014, às 00h00.
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