Imagens mostram que jogador morto por policial estava desarmado

Gilson Camargo foi morto durante uma partida de futebol no domingo (17) em Campina Grande do Sul (Foto: Reprodução RICTV Record)

Vítima não esboçou nenhuma reação contra o atirador, diz delegado da cidade

A Polícia Civil divulgou nesta terça-feira (19) as imagens das câmeras de segurança de uma escola que fica perto da cancha de futebol onde o jovem Gilson Camargo, de 28 anos, foi morto por um policial militar em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Camargo era representante comercial e deixou esposa e um filho de oito anos.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Messias Antônio da Rosa, as imagens mostram que Camargo estava desarmado no momento do disparo e não esboçou nenhuma reação contra o atirador. “Em momento algum nós temos qualquer prova de que a vítima tenha sacado essa arma. Então, agora temos um outro crime a ser apurado que é se houve ou não a fraude processual ao ser apresentada uma arma na delegacia”, contou Messias.

Após o crime, o atirador levou uma arma, que estaria com a vítima, até a delegacia.

Entenda o caso
Gilson Camargo foi morto no domingo (17) durante uma partida de futebol na Rua Julio Guidolin, no bairro Santa Rosa. De acordo com testemunhas, a vítima e outro jogador do time adversário discutiram em campo e foram expulsos. Ao receber a informação de que Camargo estaria armado, o policial foi retirado do jogo para avaliar a situação. Ao tirar satisfação com Camargo, o policial teria mandado o rapaz se virar e disparado um único tiro nas costas da vítima, que morreu na hora.

Após a morte de Camargo, o policial militar da Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam) do 22º Batalhão alegou que a vítima estava armada e que por isso atirou. Segundo o delegado, a vítima tinha no bolso uma garrafa de água. Messias afirmou ainda que a arma apresentada não tinha sinais de disparo.

Ameças
O técnico do time em que Camargo jogava, Márcio de Lima, foi o primeiro a chegar no local após o assassinato. Ele disse que o jovem não estava armado e que o PM não deixava ninguém se aproximar da vítima. “O policial disse que a arma estava embaixo do corpo do Gilson e quando o socorrista levantou o corpo havia uma garrafa de água no local”, afirmou.