Ex-governador Sérgio Cabral chega a Curitiba na tarde deste sábado

Ex-governador do RJ, Sério Cabral, teria recebido propina e mesada de empreiteiras (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Transferência ocorre após denúncia de que o ex-governador estivesse recebendo visitas irregulares em Bangu 8

O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, deixou o Complexo Penitenciário de Gericinó pouco depois das 10h deste sábado (10) para ser transferido pela Polícia Federal para Curitiba. Cabral deve embarcar no terminal de cargas da PF, no Aeroporto Tom Jobim, o Galeão, por volta das 12h e chegar a Curitiba no início da tarde.

O ex-governador estava preso em Bangu 8, em cumprimento de prisão preventiva pedida pelo Ministério Público Federal no âmbito da Operação Calicute. A operação investiga um esquema de corrupção que envolvia pagamento de propinas e lavagem de dinheiro e aponta Cabral como chefe da organização.

A transferência do político para Curitiba foi decidida porque ele estaria recebendo visitas irregulares na Cadeia Pública Pedrolino de Oliveira, conhecida como Bangu 8. A transferência foi pedida à 7ª Vara Criminal Federal pelo promotor André Guilherme Freitas, da Promotoria de Justiça de Execuções Penais.

No ofício ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal, o promotor informa que o ex-governador está recebendo visitas de forma “irregular e ilegal”. “O referido réu está recebendo visitas de familiares e pessoas amigas em desconformidade com resolução que limita a um único credenciamento de pessoa amiga”, informa o documento.

Cabral vai ficar preso em uma cela da Polícia Federal em Curitiba, berço da Operação Lava Jato. Entre os vizinhos de cela de Cabral estão o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda/Casa Civil/Governos Lula e Dilma), o empreiteiro Marcelo Odebrecht e o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).

Cabral teria recebido mesada de R$ 500 mil

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) recebeu R$ 500 mil de mesada da Carioca Engenharia em seu segundo mandato (2010-2014). No primeiro (2007-2010), R$ 200 mil. Já a Andrade Gutierrez desembolsou R$ 350 mil em um ano. As informações são da investigação do Ministério Público Federal, em desdobramento da Lava Jato no Rio. No total, a primeira empresa pagou R$ 32,5 milhões em propina e a segunda, R$ 7,7 milhões.

Segundo procuradores que conduzem as investigações, já no primeiro mês do primeiro mandato o então governador passou a cobrar dinheiro de empreiteiras que realizariam grandes obras no Estado. As com maior dinheiro desviado foram as da reforma do Maracanã, do Arco Rodoviário e do PAC das favelas – cada uma custou R$ 1 bilhão. Cabral cobrava 5% do valor das obras para si e 1% para colaboradores, conforme o MPF. 

10 dez 2016, às 00h00.
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