Emoção e silêncio tomam conta da Arena Condá no velório das vítimas

Foto: Heuler Andrey/Dia Esportivo/Estadão Conteúdo

A chuva que caiu desde o início da manhã em Chapecó não deu trégua nem na chegada dos caixões ao estádio

Emoção e lágrimas tomaram conta da Arena Condá, em Chapecó, neste sábado (3). A previsão inicial era que os corpos chegassem a cidade às 7h, mas isso só ocorreu por volta das 9h35, quando o primeiro avião pousou no aeroporto de Chapecó e pouco depois teve início uma cerimônia para a retirada dos caixões das aeronaves.

No estádio, os torcedores aguardavam pela chegada de seus ídolos e, enquanto isso, o telão exibia imagens da retirada dos caixões. A cada corpo que era carregado, todo o estádio aplaudia sem nada dizer. O silêncio só era rompido pelo barulho da chuva aplausos e choros.

O mascote Índio Condá entrou no gramado durante o ritual e foi saudado pelos torcedores. Por volta das 11h, os dois caminhões com os caixões deixaram a entrada do aeroporto e iniciaram o trajeto até a arena.

Enquanto aguardavam pelos corpos para dar o último adeus, muitos torcedores na arena rezavam, outros choravam e ainda tinham aqueles que pareciam olhar para o “nada”, como se ainda não tivessem entendido o que aconteceu.

Era um momento apenas de tristeza. Sem gritos da torcida e demonstração de orgulho pelos jogadores. Apenas a dor.

O técnico da seleção brasileira, Tite, chegou em um voo fretado. “Eu quero, na medida do possível, amenizar o sofrimento e encorajar as famílias”, disse o treinador. O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, também foi para a cidade catarinense. Alguns ex-atletas do clube marcaram presença no velório, como por exemplo, os zagueiros Vilson (Corinthians) e Douglas Grolli (Ponte Preta) e o atacante Soares (Madureira).

No cortejo com os caixões de jogadores e comissão técnica da Chapecoense, a chuva atrapalhou, mas não espantou os moradores da cidade, que aplaudiram, cantaram e choraram com a passagem dos caminhões, que levaram os corpos das vítimas até a Arena Condá.

A chegada dos caixões com os corpos das vítimas ao estádio foi um dos momentos de maior dor. Cada urna funerária que entrava no campo era aplaudida e levada até uma tenda montada no gramado, onde os familiares aguardavam. Nessa hora, o primeiro contato dos parentes com os caixões das vítimas foi de dor profunda e desespero para algumas pessoas.

Paranaenses

Quatro paranaenses morreram no acidente com o avião da LaMia na Colômbia: o técnico da Chapecoense Caior Junior, o goleiro Danilo e os auxiliares técnicos do time Luiz Felipe Grohs e Eduardo de Castro Filho.

Os corpos dos quatro foram levados para o velório coletivo, em Chapecó, e no final da tarde deste sábado (03) serão trazidos para o Paraná. O corpo do goleiro Danilo será transladado de carro para Cianorte, na região noroeste. O jogador será velado no Centro de Eventos da cidade a partir da manhã de domingo e o sepultamento será no Cemitério Municipal.

Os corpos de Caio Junior e Eduardo de Castro Filho, o Duca, serão cremados na manhã de domingo (4) em uma cerimônia fechada para a família na Capela Vaticano, em Curitiba. Antes disso, às 9h da manhã, está prevista uma missa aberta em memória do técnico, na Igreja dos Passarinhos, na Alameda Princesa Isabel, 1540, Bigorrilho.

O velório de Luiz Felipe Grohs, o Pipe, será no Cemitério Parque Iguaçu, no bairro São Brás, também em Curitiba. O corpo será seputado às 16h no mesmo cemitério.

3 dez 2016, às 00h00.
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