Rendimento mensal dos brasileiros cresceu 5,7% em 2013; confira os valores

O rendimento médio mensal real de todos os trabalhos ficou em R$ 1.681,00, valor 5,7% superior à média do rendimento apurado em 2012 (R$ 1.590,00), mas cresceu mais fortemente entre os mais ricos, mostram os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta quinta-feira (18), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por causa disso, o processo de redução da desigualdade de renda parou desde 2011.

“Para o Índice de Gini melhorar, a gente precisaria que as pessoas que fazem parte das camadas mais pobres passassem a ter aumentos superiores às populações que fazem parte dos mais ricos. Não é o que a gente está observando”, afirmou Maria Lucia Vieira, gerente da Pnad.

Isso ocorreu na década passada. Desde 2005, a renda média mensal tem aumento real todos os anos, mesmo nos anos de baixo crescimento econômico, como 2009 e 2012. Nesse processo, o rendimento dos que ganham menos avançou mais rapidamente, mas o quadro mudou em 2012 e 2013.

Ano passado, o rendimento médio real dos 10% mais pobres ficou em R$ 235,00, 3,5% maior do que o verificado em 2012. Por outro lado, os empregados pertencentes à classe dos 10% de rendimentos mais elevados viram a média de renda real subir 6,4%, para R$ 6.930,00, acima da taxa para o total dos trabalhadores.

Dos 65,2 milhões de domicílios brasileiros, 7,589 milhões (11,6%) viviam com rendimento de até um salário mínimo em 2013, e 14,282 milhões (21,9%) com renda de um a dois salários. Na outra ponta do rendimento domiciliar, 1,386 milhão tinha renda de mais de 20 salários mínimos, e 3,595 milhões, de 10 a 20.

O Amazonas foi o estado que teve o maior aumento da renda, 12,8%, atingindo R$ 1.455, enquanto o Acre, Amapá e Espírito Santo tiveram queda no rendimento. O Distrito Federal apresenta o maior rendimento médio, com R$ 3.114, ante R$ 2.083 em São Paulo, o segundo colocado. As menores médias estão em três estados nordestinos: Ceará (R$ 1.019), Piauí (R$ 1.037) e em Alagoas (R$ 1.052).

Maria Lucia, do IBGE, evitou citar explicações para esse descompasso, mas recomendou atenção aos reajustes do salário mínimo. “Como estamos falando de rendimento de trabalho, a gente tem que olhar como foi a variação do salário mínimo”, disse.

Para a economista Sônia Rocha, pesquisadora do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), pode estar havendo elevação dos salários dos trabalhadores mais qualificados por conta da escassez de mão-de-obra de maior qualidade. Como há poucos profissionais qualificados no mercado, as empresas são obrigadas a pagar altos salários para atraí-los. “É possível que esteja havendo de novo um ‘prêmio’ salarial associado à escassez de mão de obra qualificada”, disse Sônia.

18 set 2014, às 00h00.
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